
ESTRATÉGIAS ECONOMICAS NA ADUBAÇÃO DE PASTAGENS
Lucas Castro Silva
7/20/20255 min read
INDRODUÇÃO
Independente da atividade pecuária, é comum o produtor constantemente buscar estratégias para cortar ou reduzir as despesas intrínsecas ao processo produtivo do seu negócio. Este fato é ainda mais evidenciado durante a fase de baixa do ciclo da pecuária, como a que estamos vivenciando agora. O problema deste tipo de atitude é que, na maioria das vezes, a busca desenfreada pela redução de custos ocasiona em decisões tomadas que contribuem para diminuição da produtividade da fazenda (@/hectare/ano), já que o baixo uso de insumos refletirá no desempenho animal e no desempenho por área. Ocorre que, com baixa produtividade temos uma maior concentração dos custos fixos sobre cada unidade produzida (kg ou @ produzida), o que favorece a redução das margens do negócio, concomitantemente.
A melhor maneira de tomar uma decisão dentro de um projeto agropecuário deve ser aquela que se baseia nos indicadores técnicos e financeiros da atividade desempenhada sobre a terra. Desta forma, conseguimos aferir exatamente qual tem sido o custo por cada unidade produzida, para então, avaliar os possíveis cenários com diferentes simulações e seguir pelo caminho mais rentável. No final das contas, o importante não é gastar pouco, é gastar bem. Neste contexto, existem algumas estratégias que conseguimos aderir na produção intensiva a pasto e que podem tornar o sistema mais economicamente viável em um cenário desfavorável.
ESCOLHA DA ÁREA
Dentre essas estratégias possíveis, primeiramente, temos a escolha da área. A escolha da área que vamos corrigir e adubar, é a primeira etapa no programa de manejo de fertilidade de solos sob pastagem. Durante o processo de escolha é evidente que devemos sempre escolher os pastos ou módulos mais limpos (com baixa infestação de plantas invasoras), com bom stand de plantas forrageiras, que seja mecanizável e com processo de erosão do solo inexistente. Mas existe também um outro critério que se torna crucial para a escolha da área, é o conhecimento da fertilidade atual dos solos. Quando buscamos uma redução na demanda de fertilizantes em pastagens, é interessante selecionar aqueles locais onde a fertilidade dos solos é mais alta, pois demandarão menos corretivos e adubos comparadas àquelas áreas de menor fertilidade para uma mesma lotação.
Recentemente, durante o planejamento anual de uma propriedade localizada no norte do estado de Goiás, onde trabalhamos com a atividade de cria (produção de bezerros), fizemos a amostragem e análise química dos solos de todos os pastos da fazenda. Parece exagero, mas dessa forma, foi possível mapear e identificar os melhores solos e selecionar aqueles mais viáveis economicamente para a correção e adubação das pastagens na próxima safra visando alcançar a taxa de lotação projetada no período.
COMPARAÇÃO DE CORRETIVOS E FERTILIZANTES
Outra etapa que devemos ter atenção, é durante a escolha do fertilizante que iremos aplicar nas nossas pastagens. Para a correção do solo com calcário, é fundamental o conhecimento da qualidade do calcário que estamos adquirindo, já que, quanto mais alto o PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total), menor será a quantidade aplicado. Ou seja, precisamos calcular o custo: benefício de cada opção de calcário disponível. Já o gesso é um fertilizante que varia muito pouco, devemos ter uma atenção especial em relação a umidade do produto.
Em pastagens os nutrientes mais demandados – após a correção do pH – são: o nitrogênio, fósforo e potássio. No momento que vamos adquirir as fontes desses nutrientes devemos tomar alguns cuidados. Para o nitrogênio, além da forma que este elemento se apresenta (amoniacal, nítrica, etc), é importante calcular qual o custo por kg de N (nitrogênio) para verificar àquela fonte que apresenta o menor custo. As para verificar àquela fonte que apresenta o menor custo. As perdas potenciais deste nutriente também devem ser consideradas, por exemplo, a ureia protegida com NBPT perde, em média, 21% menos nitrogênio que a ureia convencional, por isso, podemos pagar até 21% a mais pelo kg de nitrogênio da ureia protegida.
Para os adubos fosfatados, além do custo por kg de fósforo ou de P2O5, o produtor deve se atentar a solubilidade deste nutriente. Muitas vezes, com a intenção de baixar custos, o produtor opta por fertilizantes fosfatados que apresentam o custo por tonelada mais baixo, como por exemplo, os fosfatos de rocha. O problema é que essas fontes apresentam níveis de fósforo mais baixo e, principalmente, fósforo de baixa solubilidade, de forma que não conseguirá disponibiliza-lo às plantas.
No caso do potássio, cerca de 98% do potássio consumido no mundo é o cloreto de potássio (KCl), no Brasil não é diferente. Deste modo, não temos muitas opções para substituí-lo, a não Deste modo, não temos muitas opções para substituí-lo, a não ser, pelo uso de adubos orgânicos.
ADUBOS ORGÂNICOS E ORGANOMINERAIS
A utilização de adubos orgânicos e organominerais apresentam algumas vantagens, como, são fontes de macro e de micronutrientes, tem a capacidade de aumentar a capacidade catiônica (CTC) do solo, diminuem o Alumínio na solução do solo, melhoram a estrutura do solo, aumenta a capacidade de reter água, apresenta menores perdas de nutrientes por lixiviação, entre outros benefícios.
No programa de manejo de fertilidade de solos sob pastagens, a utilização desses adubos pode agregar ao sistema produtivo e reduzir significativamente a demanda por fertilizantes minerais e, consequentemente, os custos com adubação. Dessa forma, é importante avaliar a possibilidade de otimizar o uso dos estercos dos bovinos depositados nos currais de confinamento e praças de alimentação.
FERTILIZANTES SIMPLES X FORMULADOS
Os fertilizantes simples se tratam daqueles fertilizantes com presença única ou em maior concentração de um determinado nutriente, por exemplo: ureia, com 45 a 46% de N; e o MAP (fosfato monoamônio), com 9 a 10% de N + 50 a 52% de P2O5. Já os fertilizantes formulados são aqueles que contem a mistura de 2 ou mais fertilizantes simples, por exemplo: 10 – 10 – 10 ou 20 – 00 – 20.
Pelo fato de os fertilizantes simples apresentarem maiores concentrações de nutrientes, chegam na propriedade com menor custo por percentual de nutrientes. E por mais que, para uma dada lotação, haja necessidade de fazer várias aplicações, os adubos simples acabam sendo mais competitivos economicamente do que os formulados.
MANEJO DO PASTEJO
Por último, e não menos importante, temos o manejo do pastejo. Em sistemas de produção mais intensivos o correto manejo do pastejo é de grande importância para garantir adequada recuperação das plantas após a desfolha. Na década de 80 pesquisadores já citavam que os sistemas de pastejo intermitente têm sido aclamados como um dos meios de aumentar a produção de forragem há pelo menos quatro décadas. Inúmeros trabalhos científicos e de campo já comprovaram superioridade do sistema intermitente em relação ao contínuo.
Em um trabalho que avaliou a dinâmica de crescimento das plantas forrageiras em diferentes intensidades de desfolhação, concluiu que, independentemente da severidade de corte, nos primeiros dias após o corte o crescimento do sistema radicular fica paralisado, voltando a crescer após um determinado período de recuperação da parte aérea das plantas. Em sistema de produção intensivo com correção e aérea das plantas. Em sistema de produção intensivo com correção e adubação, este período de descanso é fundamental por proporcionar tempo para absorção e assimilação dos nutrientes aplicados.
Dessa forma, tem sido proposto a adoção do sistema de pastoreio de lotação intermitente (rotacionado ou alternado) para alcançar a uniformidade de pastejo desejada e aumentos significativos na produtividade animal. Lucas Castro
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